sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Sobre a Fanfarra...

Boa tarde a todos.

Devido a vários comentários durante esta última semana, faz-se necessário esclarecer algumas coisas para que não haja mal-entendidos entre os membros da fanfarra e outros.

Em primeiro lugar, a Fanfarra do Coleginho não acabou. Não há ensaios ultimamente porque as irmãs pediram para que os instrumentos fossem guardados e os ensaios interrompidos. Mas a Fanfarra ainda continuará com suas apresentações, como no dia 15 de setembro na APAE, possivelmente dia 24 de outubro no aniversário de Goiânia e dia 25 de outubro no próprio colégio para a abertura da mini-semana sócio-cultural para crianças de 1ª a 4ª séries.

Em segundo, gostaria de pedir a todos que fossem moderados ao expressar qualquer coisa sobre a Fanfarra, pois gostaria de evitar que a direção pensasse que estou realizando um chamado a todos os participantes para que juntos pudéssemos exigir o retorno dos ensaios. Quero dizer que sou mero funcionário da escola. Que por favor não haja qualquer manifestação acalorada, como abaixo-assinados, panelaço ou discussões para não prejudicar minha posição, pois antes de ser professor de fanfarra, sou professor de Língua Portuguesa e Literatura. Assim, não desejo deixar a impressão de que estou desrespeitando a autoridade das irmãs. Fico muito comovido com o apoio de todos e as tentativas de reativar nossas tardes de música. Mas também não desejo criar problmas para ninguém, muito menos aos alunos. Também não quero que a direção pense que estou agindo sorrateiramente e criando uma "revolução" na escola.

Tenho certeza de que sensíveis ao fato do nosso trabalho nesse primeiro ano ter sido sensacional, a direção do colégio reativará as atividades da Fanfarra. Desde já, deixo expresso minha admiração por cada integrante dela, e por cada um que ainda insiste em não deixar o sonho acabar.

Um abraço a todos e boa música.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Momentos Esquisitos na Fanfarra

A Fanfarra do Coleginho, indubtavelmente, é sensacional. Mas também foi marcada por vários momentos no mínimo curiosos.

Atropelada!
Comecemos pelo primeiro dia de ensaio. Logo depois de terminado nosso primeiro ensaio, nosso primeiro dia; eis que Alessandra seguiu para sua casa quando uma caminhonete bate em cheio na sua bicicleta. Um susto daqueles a Alessandra nos deu. Saber que ela fora atropelada logo no início do projeto foi sinônimo de mal presságio para alguns, mas graças a Deus a nossa tarolista não se machucou muito e continou firme nos ensaios e no desfile.

Reinaldo - O Pássaro Visitante

Certas pessoas "gansam"tanto que se intrometem até quando não estão realmente presentes. O Reinaldo é uma figuraça do 3º ano, muito gente boa e inteligente, mas leva a incrível alcunha de ganso. E quando não está com o pescoção à frente tentando participar da conversa alheia, Reinaldo manda sempre seu representante passar por sobre a quadra velha em todos os ensaios. Regularmente, com horário marcado, o ganso passa sobre a fanfarra e vai direto para a casa dele contar tudo o que aconteceu no ensaio. Ave extremamente territorial, os gansos costumam defender sua morada com muita determinação, às vezes pescoçando por aí. Mas antes que seu território seja ameaçado, essa ave consegue prever os planos inimigos observando os outros. Assim é o nosso amigo Reinaldo, que defende tanto seu território que passa todos os dias sobre o colégio para ficar a par de tudo.

O Sumiço Misterioso da Bicicleta

Mais um fim de ensaio, todos estão contentes pelo resultado das músicas. Vinham todos felizes quando Paloma aparece desesperada: - Roubaram minha bicicletaaaaaaaaa!
Era o fim, alguns pais já se chateiam quando a filha volta mais tarde de um ensaio, agora então os pais de Paloma iam ficar muito sentidos.
- Onde você deixou, Paloma? - diziam os garotos.
- Deixei aqui, bem trancada na grade, na frente do colégio.
- Nossa, como esses bandidos estão ousados. Roubar uma bicicleta bem porta da escola.

Surgem então os boatos: "hoje mesmo roubaram uma bicicleta do menino do 1º ano bem na frente também", diziam uns. "Tentaram derrubar Zenilda da moto ontem atrás da escola" diziam outros. Houve até gente dizendo que um grupo tentava roubar o colégio escalando as paredes e tentando fazer um buraco no teto da sala de informática.

Depois de um tempo a menina até se conformara: - Ah, deixa pra lá.
Chegando em casa ela conta para a mãe que tia ós óculos pausadamente, deixa-os pendurados pela alça no pescoço e lança um olhar ameaçador, como se Paloma agora fosse atingida por lâminas frias de gelo. Apavorada pelo semblante da mãe, ela agora gaguejava para lhe explicar tudo. Mas no final tudo deu certo. A mãe da menina é uma das senhoras mais educadas, pacientes e generosas que já esteve presente na escola. E para alegria da pratista, a bicicleta apareceu no dia seguinte. Uma das irmãs tinha guardado dentro da escola, receosa de que alguém poderia realmente roubá-la.

O inusitado caso das peles rasgadas de Breno

Calma, calma! Não é nenhum caso de tortura, homicídio ou canibalismo. Trata-se das peles do bumbo de Breno, que já foram trocadas 3 vezes. O Breno sempre deixava o seu bumbo lá na sala de instrumentos tranqüilamente quando no dia seguinte aparecia o mesmo com um rasgo em um dos lados. Ninguém havia entrado na sala, ninguém havia esbarado no bumbo. De repente, cansada da vida a pele de nilon simplesmente decidiu optar pelo suicídio por ser tão espancada pelo musicista ensaio após ensaio. Finalmente o Breno encontrou duas peles de bumbo que são masoquistas e gostam de apanhar por meio de uma boa baquetada.

A baqueta de vidro

Tauã, bumbeiro muito precavido, passou todos os ensaios usando o mesmo par de baquetas. Mas tinha um par novinho em folha, que inclusive veio com o bumbo, portanto baquetas originais. Dizia ele que só iria usar as baquetas novas no dia do desfile. Chegada a hora ele começa a estrear as baquetas. Surge retumbante os primeiros sons daquele par de baquetas majestoso, que figurava-se no ar num rodopio elegante até que ia de encontro com o bumbo num troar alto e grave como quem marca com imponência a música. Tudo ia bem quando ainda na primeira música, crack! Uma das baquetas simplesmente se quebra, lançando para bem longe a ponta da mesma.
Felizmente o professor Tadeo estava por perto e ajudou buscando outro par para o Tauã.



Aguardem para mais casos estranhos nessa fanfarra.

Um abraço a todos.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Um dia para ficar na história!




Foi maravilhoso, foi único, simplesmente inesquecível!Assim foi o nosso desfile de independência. Depois de muito trabalho e muita dedicação, finalmente fomos reconhecidos, sem sombra de dúvidas, como os melhores. Meses de ensaio, consertos de instrumentos, muitas peles rasgadas, baquetas quebradas, desafios de se fazer um uniforme bonito, o cuidado com as coreografias, muita animação e finalmente o sorriso de ter vencido. O objetivo de uma fanfarra não é apenas fazer uma apresentação no dia 7 de setembro, vai além disso. A fanfarra representa a escola. Aqueles que dela participam criam laços de amizade nunca vistos. As aulas servem como terapia e ajudam na concentração, na coordenação motora, na saúde física, na comunicação e no aprendizado de valores. Não é apenas para 7 de setembro que uma fanfarra ensaia. Só esse ano já fizemos 5 apresentações antes do desfile; a 1ª foi inesquecível, com direito a lágrimas; a 2ª na abertura dos jogos do colégio; a 3ª no Montessori; a 4ª para as crianças do turno da tarde; e a 5ª no Colégio Visão. Mas o dia 7 de setembro é um dia singular. É no dia mais importante da nação brasileira que mostramos o valor da independência através da música. É nesse dia que o Brasil inteiro comemora a liberdade de escolha, de opinião, de direitos e de pensamento. No dia da independência as escolas mostram para a comunidade o trabalho cívico que é feito nas salas de aula. E o Coleginho já não desfilava havia quase vinte anos. Vinte anos de ausência, em silêncio, com os instrumentos de fanfarra parados, sem músicos. Por esse motivo, o dia de ontem foi mais do que especial. Na minha chegada uma visão muito bonita. Muitas escolas da cidade organizadas em setores, todas muito lindas, cada um com seu uniforme, com suas alas, com suas balizas, e com seus músicos preparadíssimos para o desafio de impressionar o público. Para aqueles que achavam que tocar numa fanfarra era "pagar mico" deve ter sido um enorme choque ver que a cidade inteira se orgulha e se prepara para aqueles que tocam; e que aqueles que participam de uma fanfarra, têm imenso orgulho de defender sua escola. Estavam todos ali preparados, era possível perceber nos alunos o espírito competitivo. Em formação, todos que passavam por nós olhavam com vontade de saber o que nós havíamos ensaiado. Do mesmo modo, acredito que todos do Coleginho estavam ansiosos para ver o que eles haviam ensaiado. Era muito interessante ouvir as diferentes versões da "Marcha Normal" (que as outras escolas chamam de Cadência). Cada uma tocava diferente, com mais ou menos notas, mais rápida ou mais lenta; era notável o cuidado diferenciado com que cada escola tocava essa música, a música tradicional das fanfarras de Formosa. Alunos em formação e instrumentos a postos, cada fanfarra saía da praça da Bíblia para o encontro com o público.

Começamos muito bem na concentração, mas alguns imprevistos ainda aconteceram; até uma baqueta de bumbo que jamais tinha sido usada quebrou na primeira música. Sorte a gente ter o prof. Tadeo por perto para nos ajudar buscando outra baqueta. Seguimos um pouco tensos e com o desfile um pouco corrido até a esquina do Colégio do Planalto. Mas depois desse trecho, foi só felicidade. O interessante é que tocamos uma única vez o Funk da Galera, e foi bem nesse momento que a Fanfarra crescia. Os uniformes da Fanfarra estavam muito bonitos, as porta-bandeiras, simplesmente deslumbrantes; bem como as balizas que chamavam muita atenção com a graça dos movimentos de malabares com os "swing pois" e o "swing flag". Tudo maravilhoso, e ainda tinhamos o carisma da ala infantil, acompanhada pelas professoras Alessandra e Inaiane que gentilmente contribuíram para o desfile; e a ala esportiva encarregada pela professora Silvana. Mas os colaboradores eram mais numerosos. As professoras Izânia, Nádia, Thais, Edicléia, Rafaela e os professores Tadeo e Oberdam foram fundamentais para o bom andamento do desfile. E claro, a participação de Pamella e Lilian que estavam na direção e contagiaram com alegria a todos. O detalhe mais interessante é que todos esses professores eram voluntários. Estavam lá pela escola sem nada ganhar de material; apenas acompanhando um dos momentos mais importantes. E sem eles, com certeza o desfile não teria sido tão harmonioso. Ficam aqui os meus agradecimentos a todos.

O desfile seguiu com muito entusiasmo, era mais que estampado o sorriso de todos quando tocávamos e encantávamos. Mas logo na metade do trecho da rua Visconde, o susto. Muitos alunos da Fanfarra estavam pingando suor (Paloma e Tauã quase que derreteram), imagino também a situação das crianças menores que tanto sofreram com a baixa umidade do ar e com os alunos da ala esportiva. Ora, quem acompanhou comigo o planejamento do desfile sabe que a irmã Genilda se comprometeu a levar água a todos durante o desfile. No entanto, somente no fim do nosso primeito trajeto a Kombi das irmãs apareceu, bem no posto Itiquira. Não fosse a colaboração dos pais (sempre os maiores apoiadores do projeto) e os professores (que compraram água mineral por conta própria) não agüentaríamos chegar até a praça da prefeitura. Passado um pouco do calor, seguimos para perto da praça da prefeitura. Era dali por diante que começaríamos o show. O cansaço foi vencido pela vontade de fazer bonito na apresentação. O rosto cansado deu lugar a um semblante mais alegre e a Fanfarra tocou bonito até o fim, acompanhada de duas alas muito bonitas. Entramos tocando a Marcha de Combate (criei essa música especialmente para o Coleginho), uma música claramente muito mais cadenciada, rápida e bonita que as outras marchas. Em seguida Beatles, e foi aí que muitos que na praça estavam perceberam que não tocaríamos as músicas repetitivas que todos estavam acostumados a ouvir nas outras fanfarras. Fizemos o recuo com essa música e tocamos em seguida o Rock e o Olodum. Para despedida na praça, marchamos ao som do Prelúdio seguido de Marcha de Combate. Quatro músicas tocadas brilhantemente, muito melhor que as duas que eu havia tocado ano passado com outra fanfarra. Esse momento do desfile me deixa uma lembrança muito mais feliz e tranquila do que a agitação, o nervosismo e a pressa do ano passado. Tudo nesse ano foi mais bonito. O Coleginho foi sensacional e surpreendeu até a mim, que tive que pedir desculpas, pois subestimei o grupo num momento, embora nunca duvidasse do talento dele. Deixamos o recuo tranqüilamente e tocamos até entrar no posto Itiquira, só paramos lá dentro para os agradecimentos. Espero não ter esquecido de ninguém. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida, com certeza. Um momento que marcou muito, pois os resultados corresponderam aos esforços de meses de planejamento. Muitos abraços, palavras de incentivo, agradecimentos, houve até convite de uma diretora de Sobradinho para que a gente fosse fazer uma apresentação na cidade dela (detalhe, a escola dela desfilou aqui em Formosa, mas ela disse que a escola mais linda, a escola que mais a deixou impressionada pelas músicas e pelo entusiasmo foi o Coleginho).

Acredito que até ali não havia dúvidas do dever cumprido e de que nossa escola fora a melhor até então. Mas faltava um colégio, uma fanfarra lendária que chegou a ganhar o 2º lugar numa competição nacional, o Hugo Lôbo. Muitos ficaram apreensivos pela chegada de nossos rivais e colegas. A chegada não foi impressionante, tocaram até perto do posto, mas entraram nele sem formação, nem entraram tocando. Depois de um tempo, fizeram formação de desfile, não perdi tempo e convoquei os garotos do Coleginho. Pensei que eles fossem esperar os militares desfilarem para voltar à rua, mas fui surpreendido pelo Bolero de Ravel, música muito bem executada pela escola. Senti que o momento também era de provocação, que fomos desafiados a um duelo musical. Assim que acabou o Bolero, começamos a tocar Twisted and Shout, a famosa Beatles (música que adaptei de improviso e caiu muito bem para a Fanfarra). Quando tocamos, percebi que os músicos mais conceituados do Hugo Lôbo (que também participam da banda municipal) olhavam para a gente com uma expressão de respeito e surpresa. Muitos não acreditavam no nível de excelência que o Coleginho atingira, estavam impressionados. Ao final, fomos muito aplaudidos. Os que observavam, ficaram impressionados, pois há muitos anos não acontecia tamanha rivalidade. Muita gente observava duas escolas ali, disputando espaço, atenção e aplausos. O Hugo Lôbo seguiu com a melhor música deles, Flor do Reggae, de Ivete Sangalo. Música muito contagiante e cheia de quebras. O que mais impressionou foi os nossos músicos muito animados, com direito a pratistas dançando a música deles, todas iguais e de improviso, vocês são únicas, sensacionais. Não poderíamos deixar de tocar então nossa música mais contagiante, o Rock. Foi aí que virou clima de festa, os garotos da Fanfarra do Coleginho muito tranqüilos e felizes. No final, mais aplausos e a certeza de que nossa fanfarra foi a que mais impressionou o público. Em seguida o Hugo Lôbo deixou o posto tocando a Marcha Ruy Senna.

A opinião de populares, espectadores, professores e muitos ex-alunos de Fanfarras dos anos 80 e 90 era unânime: a Fanfarra do Coleginho foi a melhor. Foram muitos os que chegaram até mim e disseram estar orgulhosos e emocionados, me pedindo para lutar para que a Fanfarra continuasse, pois há muito tempo não viam uma fanfarra tão cheia de vida, com músicas tão bem executadas. Elogios de todas as formas, para as coreografias, para os uniformes, para as balizas, as porta-bandeiras (inclusive as da bandeira do colégio), as duas alas que acompanharam; foram muitos os elogios. Mas os elogios maiores ficaram para as músicas e para alguns detalhes. Quem entende de fanfarra elogiou muito as músicas por terem toques de corneta em todas as músicas e muitas delas cheias de quebras. Detalhes como as passadas de baquetas sob a cabeça (como na marcha normal) e os giros de baquetas dos bumbos tornam o desfile mais bonito, segundo muita gente. Até detalhes que ajudaram na evolução do grupo contam, como unir e separar as filas (acredito que só nossa escola faz isso porque inventei esse comando do nada) que usamos no momento do recuo para passar o restante da escola.

Voltamos para o colégio tocando, tão entusiasmados quanto no começo do desfile. O cansaço era grande, mas a vontade de mostrar para a comunidade que somos os melhores nos motivava. Além de uma última tarefa, tocar de frente para a Fanfara Ruy Senna. Chegando perto do colégio, para a nossa surpresa, nossos colegas e rivais não nos esperaram e já haviam guardado os instrumentos. O motivo, hum! Esquecimento? Receio? Cansaço? Não sei. Mas o nosso dever foi cumprido. Paramos em frente a escola a fim de provocá-los para uma disputa saudável, tocamos 3 músicas, mas tudo que tivemos foi o acompanhamento dos músicos de sopro (metais) e um surdão conosco. Voltamos tocando até a entrada do colégio, e só paramos quando já estávamos na porta.

Tocamos todas as músicas. Todas foram importantes. A Disparada e a Marcha Normal serviram para aquecimento e descanço para as pratistas. O Funk da Galera serviu para o unir o grupo no começo do desfile. O Funk do Lander dava um agito para o povo. Mas foram as outras músicas que mais impressionaram. O Baião era tocado algumas vezes, devido ao cansaço das pratistas e dos corneteiros, mas sempre agitava as pessoas; principalmente no nosso retorno. O Olodum ficou diferente na nossa Fanfarra e contagiava pelo ritmo, pelo quebra e pela coreografia de todo o grupo. O Prelúdio e a Marcha de Combate eram os carros-chefe num desfile cívico; rápidas, emocionantes e muito bem trabalhadas. Até agora (me perdoem a falta de modéstia) é a melhor marcha de um colégio. E não podemos esquecer de Addams, que tanto anima crianças, jovens e adultos pela simplicidade (criação dos corneteiros e do Matheus Silva e arranjo feito por minha pessoa). E finalmente o Rock e Beatles que sempre colocam o astral lá no alto. Até mesmo a nossa "Música sem Nome" conseguiu impressionar. Agora pensem bem: foram 11 toques diferentes, bem trabalhados, cheio de variações e detalhes que os alunos do Coleginho aprenderam em pouco mais de5 meses de ensaio. Imagine o que esses mesmo garotos podem fazer com 1 ano de ensaio!

Tudo saiu perfeito. Depois de acabado o desfile fica difícil passar o encanto. As músicas ainda ficam na memória, algumas cenas ainda permanecem. Foi tudo muito perfeito. Muitas foram as pessoas que colaboraram, mas tudo foi possível por causa do talento, da vontade e da determinação de 39 alunos; e olhe que 1 deles é funcionário e a outra nem estuda ou trabalha no Coleginho. Pessoas motivadas pela vontade de ajudar o colégio a resgatar parte de sua história e cultura. Lembro até hoje o dia do primeiro ensaio, onde os garotos nem sabiam como segurar uma baqueta ou como colocar um talabarte. Me lembro da primeira apresentação, a mais cheia de nervosismo. Das tarde (e noites) que passamos na quadra velha ensaiando. Das risadas, das lágrimas, dos colegas que desistiram e daqueles que insistiram até aprender a tocar. Das frustrações, das intermináveis discussões sobre o uniforme, as broncas e os elogios. Tudo valeu a pena. Muito tempo vai passar, mas esse dia vai ficar vivo em cada um.



Os bumbeiros marcaram com vontade o compasso das músicas. O mais veterano e mais empolgado, Danilo, provou que não apenas trabalha, mas derrama suor e dá o sangue à escola que cresceu. Breno é um caso de determinação e vontade, pois mesmo antes de entrar na Fanfarra, ficava do lado de fora aprendendo as batidas do bumbo. Lembro até hoje o primeiro da que ele pegou um instrumento.Alex: Breno, vai na sala de instrumentos e pegue o surdão.Breno: Eu? Pegar o surdão? eeeeeeeeeeeeh! Eu vou tocar!Também foram excelentes o Lucas (que no ensaio quase matou uma pessoa quando sua baqueta deu um vôo rasante, mas mostrou muita competência e tranqüilidade) conduzindo uma fila), o Gustavo (que é exemplo de superação, pois mostrou que pode vencer a ansiedade através da música e hoje é uma pessoa muito comunicativa) e o novato Rafael (que de última hora teve que aprender tudo, embora seja um pouco preguiçoso. Mas que se mostrou determinação e vontade no desfile, nem parecia o mesmo).

Os surdistas foram muito bem na marcação de segunda não me desapontaram em nenhum instante; pois era a ala que mais me preocupava na questão do tempo de resposta mas músicas. Anderson, que finalmente parou de reclamar, parou de ser murcho, parou de dar palpite e fechou a cara, ficou bruto e não errou nada, pôde conduzir os outros durante o desfile. Bianca também não reclamou nada e (pasmem!) nem foi na frente me perguntar nada, tocou e tocou muito. O Lucas também foi ótimo, nunca tive problemas com ele. O Lucas aprende rápido, fica na dele e nem erra; o normal de sempre. E os novatos Jaime e Matheus foram determinados o bastante para aprender rápido e tocar com muito entusiasmo; Matheus, com certeza, é um dos mais empolgados e Jaime é muito disciplinado (o que parece ser diferente nas aulas normais). A ala mais charmosa da Fanfarra foi maravilhosa.

As pratistas simplesmente conquistaram corações. Como sempre Paloma foi a mais resistente, a que mais puxava o ânimo das demais e a que tocava com mais força e mais determinação. Nunca perdeu a pose, a classe e a elegância. Karine (apesar das reclamações na volta para o colégio) mostrou mais uma vez que é uma das melhores e que não tem como as pratistas das outras escolas tentarem superá-la. Ana Jéssica e Karoline mesmo abatidas pelo calor nunca deixaram de tocar com muita vontade. A Karol venceu a baixa auto-estima (professor, eu não sei tocar direito) e mandou muito bem, enquanto Ana Jéssica venceu a batalha com o joelho que causava muitas dores já havia 2 meses. Ela pensou até em desistir e não desfilar tamanha a dor que sentia, mas nunca reclamava. As novatas Verônica, Maila e Thais foram ótimas. Verônica mostrou que é tão boa quanto as veteranas, é sem sombra de dúvidas uma das melhores, enquanto Maila e Thais lutaram muito para aprender tudo muito rápido, pois antes fingiam que tocavam, por medo de errar. As aulas de recuperação e a prova ajudaram muito as duas, que não ficam devendo nada para as outras. São pratistas de mão cheia, com muita competência. E finalmente a Tâmara, que ficou doente um tempo, cuidou dos negócios da família, teve que faltar a algumas aulas, mas nunca desistiu. Pelo contrário, tocou muito bem, fez todas as coreografias certinha, nunca se deu por vencida e vai fazer muita falta ano que vem, pois é um exemplo para qualquer musicista.

Agora a ala mais feminina de todas e a que mais chama a atenção por esse detalhe. Sempre foi muito comum uma fanfarra ter homens e mulheres nas caixas. Mas antes os homens provavam que eram melhores e sempre ficavam à frente, liderando geralmente com repiques. Mas os dias mudaram, quem floreia e cadencia as músicas são as mulheres. E arrisco dizer que nossa tarolistas são as melhores da cidade. Quem por aí tem a qualidade, rapidez e charme das tarolistas do Coleginho? Poucas, talvez ninguém. Camila, Mariane, Juliana, Laiany, Ingrid e Vanessa são aquelas que mais repicam, que mais conseguem adaptar a música ao toque dos outros. Mas é injustiça separar as outras, pois a Raphaela, a Luísa e as outras também são muito boas. Cito as primeiras porque elas são tão boas no tarol que tocam de ouvido assim que escutam umas duas vezes a música. É com muita tristeza que sinto que Camila, Mariane, Potyra, Paula, Raphaela e Juliana talvez não toquem ano que vem, devido aos compromissos com a faculdade (a Juliana já cursa a faculdade de Pedagogia). A Paula venceu as dores no calcanhar, um dia antes, na culminância da semana sócio-cultural, ela passava o tempo todo mancando. Não se deixou vencer e tocou muito bem para a alegria da sua mãe que veio de longe só para vê-la. A Raphaela foi uma das últimas a entrar, se assustou no começo, dizia que não dava conta; e no fim, já tocava no mesmo nível das outras, com tanta tranqüilidade e alegria que até dançava. Potyra sempre faltou muitos ensaios e sempre pensei que suas intenções de ficar na Fanfarra não fossem as mais nobres. Tinha séria dificuldade para tocar qualquer música, mas mostrou que uma fanfarra é feita por um grupo, e que sem ela sua ausência seria notada; pois mesmo os pequenos são importantes, e suas batidas na caixa eram tímidas, mas preciosas. Bem como Alessandra, que até chorou para aprender a tocar. Não por lhe faltar esforço, porque ela ensaiava vez após vez. Mas porque Alessandra facilmente perdia a concentração e o tempo da música. E com muita dedicação e aulas de recuperação ela conseguiu desfilar. Mostrando para muita gente que ela é capaz. Alessandra talvez é o melhor caso de superação e vontade, uma vez que tocar tarol era um desafio muito grande para ela. Luísa perdeu a timidez e ficou toda metida no desfile. Para quem tinha vergonha, até que ela se mostrou muito bem. Tocou de forma precisa e discreta, muito alegre e confiante por tocar bem, deixando muito orgulhosa sua mãe, que disse estar realizada com a filha. A Laiany não reclamou, finalmente, e tocou muito bem, como sempre. É uma das melhores alunas na fanfarra, embora extrovertida demais. Mas com certeza é o símbolo da alegria nos taróis. A Vanessa levou e me deu um susto no começo do desfile, pois não sabia que tinha de levar a caixa consigo para o desfile. Sua mãe teve que voltar ao colégio e buscar. Fora o mal entendido, ela tocou como sempre, perfeitamente. Usou suas qualidade musicais para dar show. Ela nunca erra, marca o tempo certo das músicas, arrisca um repique aqui e ali e faz muito bonito. Excelente musicista. Outra que deu susto foi a Bianca, pois não tinha luvas para desfilar; mas para que luvas se ela toca e toca muito?! Bianca é uma ótima aluna, uma pessoa maravilhosa também. Mostrou que era muito boa no surdo e ofereci a oportunidade de ela tocar tarol. Não me arrependi, ela toca muito bem, sem arriscar muito, sem muito floreio, mas com muita precisão. Por fim as meninas que dão show, Camila, Mariane e Juliana. As três geralmente nunca erram, tem características parecidas. São disciplinadas, tocam juntas, sempre começam a música, repicam na pele da caixa sempre que podem, tocam muito alto, são rápidas, aprendem com facilidade e estão sempre de bom humor. Exemplos de tarolistas para toda a cidade. Ah, não vamos esquecer do Valdemir Jr, o garoto velocidade. Todos sabem que ele é ótimo na caixa de guerra, nem precisa comentar, e como único homem nesse instrumento, não se deixa intimidar, toca muito o garoto. Tem tudo para ser o melhor; só falta um pouco mais de disciplina e paciência em escutar os outros instrumentos, mas ele é muito bom. Todos de parabéns.

Fechando nosso desfile nossos talentosos, inigualáveis, imbatíveis e sensacionais corneteiros. O que parecia impossível aconteceu. Todos eles tocaram músicas difíceis de executar na corneta, pois esse instrumento não dispõe de piston para modular as notas. Músicas como Twited and Shout, Addams Family Theme, Jesus Cristo e Roc Around the Clock. É o instrumento mais difícil de uma fanfarra e conseguiram driblar as dificuldades e tocaram como profissionais. Será difícil encontrar um grupo de corneteiros como esse. O Lucas Freyer tocou tudo sem erro algum, e com tamanha dedicação que cortou o lábio na apresentação de tanto esforço. Wallison venceu sua dificuldade com o tempo da música e a percepção das notas tocadas e pôde fazer uma boa apresentação, sempre discreto, mas presente. O Rafael, conhecido Toddy, foi talvez o único tubista do desfile, e aquele que mais desfilou com coração, um musicista excepcional. Vez após vez ele consertou a tuba, cuidou dela como uma mulher e fez as notas graves do seu instrumento ecoarem pelas ruas, chamando a atenção por desfazer o agudo das cornetas no ponto certo. Fred é um caso raro. Descobriu que tocava por acaso, brincando com a corneta. Entrou de última hora para o instrumento mais difícil e se tornou um dos melhores. Fred toca muito bem, e com tanta força que às vezes eu tinha que ir para trás para ver se as notas dele não estavam agudas demais. Mas não precisei me preocupar. Ele tocou alto, e muito bem, sem exageros e com muita competência. Tem tudo para ser até trompetista. E finalmente as únicas corneteiras com quem eu já toquei. É raro encontrar meninas que queiram tocar esse instrumento devido à dificuldade, força e dedicação exclusiva. E na Fanfarra mais feminina de Formosa elas mandam nas cornetas. Mariana venceu os problemas respiratórios e tocou de forma brilhante, com muita coragem, vontade e talento. Aline manteve disciplina psicológica, se concentrou para não se deixar levar pela emoção e tocou bonito como sempre; a corneteira mais charmosa e mais concentrada sempre, sempre acertando as notas e unindo-as de forma melodiosa desde o início. E finalmente a Marcela, a mais extrovertida e a melhor das melhores. A menina que é capaz de tocar como ninguém durante horas e sem errar nenhuma nota. Todos simplesmente perfeitos.

Espero que tudo isso tenha sido inesquecível para vocês quanto foi para mim. Talvez eu seja o único professor de uma fanfarra em Formosa sem qualquer formação em música. Mas a vontade de vê-los felizes tocando não só os instrumentos mas o emocional das pessoas me motivou a trabalhar com todos durante esses meses. Foram momentos inesquecíveis. Tentei superar o nervosismo de nunca ter sido professor de fanfarra e de ter desfilado tão poucas vezes. Venci o medo e com coragem fui seguido por todos vocês que esbanjam talento, vocês que são o orgulho do Coleginho. Não há dúvidas de que vocês são os primeiros.

Foram cinco meses de muitas alegrias, precedidos de meses de planejamento e negociações. Ao passar em frente da escola, ao olhar de pertinho aquela quadra que de abandonada passou a ser a quadra mais cheia de vida, ao olhar aqueles muros, vão ficar as lembranças das tardes que passamos juntos. Do som dos instrumentos se preparando, cada um no seu ritmo, numa desarmonia intensa. Até que o som de um apito anuncie, uma mão se ergue e numa contagem todos toquem uma música que enche o coração de alegria. As piadas ao final de cada música, as risadas de cada erro cometido, a sensação de ser grande junto com os colegas, tocando como jamais imaginaram tocar. E no fim a despedida. O portão já trancado, a noite cobrindo a cidade, instrumentos guardados e a porta se fechando. Assim foram nossos dias. Para sempre assim eles serão.

Um abraço a todos, muito obrigado por cada momento.

Sem vocês eu jamais teria a chance de viver esses instantes tão felizes.

Boa música a todos e parabéns!
Foi maravilhosos, foi único, simplesmente inesquecível!Assim foi o nosso desfile de independência. Depois de muito trabalho, muita dedicação, finalmente fomos reconhecidos, sem sombra de dúvidas os melhores. Meses de ensaio, consertos de instrumentos, muitas peles rasgadas, baquetas quebradas, os desafios de se fazer um uniforme bonito, o cuidado com as coreografias, muita animação e finalmente o sorriso de ter vencido nossos desafios. O objetivo de uma fanfarra não é apenas fazer uma apresentação no dia 7 de setembro, vai além disso. A fanfarra representa a escola, aqueles que participam criam laços de amizade nunca vistos. As aulas servem como terapia e ajudam na concentração, na coordenação motora, na saúde física, na comunicação e no aprendizado de valores. Não é apenas para 7 de setembro que uma fanfarra ensaia. Só esse ano já fizemos 5 apresentações antes do desfile; a 1ª foi inesquecível, com direito a lágrimas; a 2ª na abertura dos jogos do colégio; a 3ª no Montessori; a 4ª para as crianças do turno da tarde; e a 5ª no Colégio Visão. Mas o dia 7 de setembro é um dia singular; é no dia mais importante da nação brasileira que mostramos o valor da independência através da música. É nesse dia que o Brasil inteiro comemora a liberdade de escolha, de opinião, de direitos, de pensamento. No dia da independência as escolas mostram para a comunidade o trabalho cívico que é feito nas salas de aula. E o Coleginho já não desfilava havia quase vinte anos. Vinte anos de ausência, em silêncio, com os instrumentos de fanfarra parados, sem músicos. Por esse motivo, o dia de ontem foi mais do que especial.
Na minha chegada uma visão muito bonita. Muitas escolas da cidade organizadas em setores, todas muito lindas, cada um com seu uniforme, com suas alas, com suas balizas, e com seus músicos preparadíssimos para o desafio de impressionar o público. Para aqueles que achavam que tocar numa fanfarra era "pagar mico" deve ter sido um enorme choque ver que a cidade inteira se orgulha daqueles que tocam; e que aqueles que participam de uma fanfarra, têm imenso orgulho de defender sua escola. Estavam todos ali preparados; era possível perceber nos alunos o espírito competitivo. Em formação, todos que passavam por nós olhavam com vontade de saber o que nós havíamos ensaiado. Do mesmo modo, acredito que todos do Coleginho estavam ansiosos para ver o que eles haviam ensaiado. Eera muito interessante ouvir as diferentes versões da "Marcha Normal" (que as outras escolas chamam de cadência). Cada uma tocava diferente, com mais ou menos notas, mais rápida ou mais lenta; era notável o cuidado diferenciado com que cada escola tocava a música tradicional das fanfarras de Formosa. Alunos em formação e instrumentos a postos, cada fanfarra saía da praça da Bíblia para o encontro com o público.


Começamos muito bem na concentração, mas alguns imprevistos ainda aconteceram; até uma baqueta de bumbo que jamais tinha sido usada quebrou na primeira música. Srte a gente ter o prof. Tadeo por perto para nos ajudar buscando outra baqueta. Seguimos um pouco tensos e com o desfile um pouco corrido até a esquina do Colégio do Planalto. Mas depois desse trecho, foi só felicidade. O interessante é que tocamos uma única vez o Funk da Galera, e foi bem nesse momento que a Fanfarra crescia. Os uniformes da Fanfarra estavam lindos; As porta-bandeiras, deslumbrantes; bem como as balizas que chamavam muita atenção com a graça dos movimentos de malabares com os "swing p0ods" e o "swing flag". Tudo maravilhoso, e ainda tinhamos o charme da ala infantil, acompanhada pelas professoras Alessandra e Inaiane que gentilmente contribuíram para o desfile e a ala esportiva encarregada pela professora Silvana. Mas os colaboradores eram mais numerosos. As professoras Izânia, Nádia, Thais, Edicléia, Rafaela e os professores Tadeo e Oberdam foram fundamentais para o bom andamento do desfile. E claro, a participação de Pamella e Lilian que estavam na direção do desfile e contagiaram com alegria a todos. O detalhe mais interessante é que todos esses professores eram voluntários. Estavam lá pela escola sem nada ganhar de material; apenas acompanhando um dos momentos mais importantes da escola. E sem eles, com certeza o desfile não teria sido tão harmonioso. Fica aqui os meus agradecimentos a todos.


O desfile seguiu com muito entusiasmo, era mais que estampado o sorriso de todos quando tocávamos e encantávamos. Mas logo na metaded do trecho da rua Visconde o susto. Muitos alunos da Fanfarra estavam pingando suor (Paloma e Tauã quase que derreteram), imagino também a situação das crianças menores que tanto sofreram com a baixa umidade do ar e com os alunos da ala esportiva. Ora, que acompanhou comigo o planejamento do desfile sabe que a irmã Genilda se comprometeu a levar água a todos durante o desfile. No entanto, somento no fim do nosso primeito trajeto a Kombi das irmãs apareceu. Não fosse a colaboração dos pais (sempre os maiores apoiadores do projeto) e os professores (que compraram água mineral por conta própria) não agüentaríamos chegar até a praça da prefeitura.

Passado um pouco do calor, seguimos para perto da praça da prefeitura. Era dali por diante que começaríamos o show. O cansaço foi vencido pela vontade de fazer bonito na apresentação. O rosto cansado deu lugar a um semblante mais alegre e a Fanfarra tocou bonito até o fim, acompanhada de duas alas muito bonitas. Entramos tocando a Marcha de Combate (feita especialmente para o Coleginho), uma música claramente muito mais cadenciada, rápida e bonita que as outras marchas. Em seguida Beatles, foi aí que muitos que na praça estavam perceberam que não tocaríamos as músicas repetitivas que todos estavam acostumados de ouvir nas outras fanfarras. Fizemos o recuo com essa música e tocamos em seguida o Rock e o Olodum. Para despedida na praça, marchamos ao som do Prelúdio seguido de Marcha de Combate. Quatro músicas tocadas brilhantemente, muito melhor que as duas que eu havia tocado ano passado com outra fanfarra. Deixamos o recuo tranqüilamente e tocamos até entrar no posto Itiquira, só paramos lá dentro para os agradecimentos. Espero não ter esquecido de ninguém. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida, com certeza. Um momento que marcou muito, pois os resultados corresponderam aos esforços de meses de planejamento. Muitos abraços, palavras de incentivo, agradecimentos

domingo, 7 de setembro de 2008

Voltamos! E bem no dia do desfile de independência.

Olá, galera!
Por motivo de muita pressão popular, o Blog da Fanfarra voltou a ser atualizado.
Os meses de agosto e início de setembro foram muito agitados, por esse motivo, nunca tive tempo de atualizar o blog, nem mesmo com críticas de cinema; ou como preferem chamar, a "coluna dos filminhos". Mas hoje senti vontaade de escrever novamente. O que me motivou? Duas coisas:
Primeiro, minha namorada, a Lilian. Pois ela esteve comigo sempre, em todos os momentos para a realização do projeto da fanfarra. Desde o início, quando ela me ajudou a ir a Brasília com as irmãs comprar os instrumentos, até os últimos minutos antes do desfile, imaginando já a concentração na praça da Bíblia. Se não fosse por você, Lilian, dificilmente conseguiria realizar tudo o que foi possível. Você é realmente a pessoa que mais admiro no mundo. Obrigado por tudo.
Segundo, meus alunos, em especial a Paloma, a Marcela, a Mariana, a Bianca e a Camila. Por quê? Porque elas sempre acessam o blog, mesmo quando não há novidades. São elas que dão opiniões, que comentam, que participam. Depois de quase um mês, hoje eu abri o blog, e para a minha surpresa estavam lá mensagens dessas meinas, pedindo para que o blog fosse atualizado. Mesmo muito cansado, passando da meia-noite da véspera do desfile, cá estou eu a escrever principalmente cor causa delas; mesmo que eu escreva pensando em todos. Obrigado em especial a essas meninas pela dedicação.

Bem, muita coisa aconteceu desde que eu postei alguma coisa aqui. Ensaiamos muito. A mãe da Aline, do Rafael e da Bianca foi muito solidária em emprestar sua paciência e sua casa a todos nós. O Matheus e o Toddy foram suspensos 3 dias(embora outros também merecessem). E tivemos um misto de indignação e contentamento na apresentação do Colégio Visão. Desapontamento porque depois de esperarmos quase uma hora para que o transporte chegasse, foi-nos apresentado uma condução digna do cenário nordestino: um pau-de-arara. Isso mesmo. Esperávamos um ônibus, uma van, ou mesmo uma caminhonete decente para que nos levasse ao colégio. Mas nos mandaram uma caminhonete da prefeitura municipal, com a carroceria de madeira toda comprometida. Somente com muita oração e equilíbrio conseguimos sobreviver; quase 40 alunos e instrumentos em cima de uma geringonça daquelas presentes em filmes como a Família Buscapé. No início achei um ultraje e não aceitei subir; mas depois de insistência, resolvi que era melhor irmos pois acordar cedo num sábado para nada é realmente muito ruim. Lá chegando, o clima não se tornou muito amistoso. Convidaram uma banda para tocar e quase pediram para não tocar. Pediram apenas 2 músicas, insistiram que tocássemos baixo porque no prédio principal os alunos faziam prova. Ora, pensei, se nos chamaram para tocar, sinto muito, mas barulho é o que não vai faltar. Começamos a primeira música de maneira ensurdecerosa, um Beatles bem agitado, como nunca tinha visto antes. Depois disso passamos para um Olodum bem alto astral. Nessa hora já me acenaram que já tava bom e podia parar. Depois arrisquei uma música que os meninos acabaram de aprender, Addams. Foi ótimo e finalmente disse o professor desesperado que estava preocupado com os alunos do Visão fazendo prova. Nem liguei, mandamos um animador Rock para todo mundo, que fez agitar o ginásio. Quando finalmente o professor de educação física e o apresentador já estavam impacientes e tentaram nos expulsar, cortei a fala do último e mandamos um bom Prelúdio da Introdução da Marcha de Combate. Aí já nos expulsaram de vez e seguimos tocando até quase fora do ginásio. Foi sem dúvida a nossa melhor apresentação, graças ao ânimo da garotada e o sabor de "vamos mostar para esse povo quem é que manda". E a viagem de volta seguiu de novo com o velhor pau-de-ararra e muita música e entusiasmo. Depois disso, tomamos refrigerante, jogamos basquete (joga pra mim, joga pra mim) e ficamos só de prosa.

Depois da apresentação seguimos com mais ensaio, conseguimos ensaiar até mesmo na rua durante uma semana. E qual não foi meu contentamento em ver porta-bandeiras, balizas, fanfarra, apoio e alas infantil e esporte todos reunidos. Tava muito bonito na quinta-feira. Ah, não posso esquecer meu aniversário. Tive uma grata surpresa com meus amigos na segunda, dia 1º de setembro (adorei o bolo Aline); (amei o presente e a surpresa, Amore).

E na véspera do desfile, todas as equipes do colégio provaram que são talentosos, disciplinados e muito companheiros na 2ª semana sócio-cultural. Apesar de mais longa que a primeira, confessor que fiquei menos cansado; o clima estava muito mais harmonioso dessa vez e muito mais organizado.

Bom, já está se aproximando a hora do desfile, é melhor eu desligar o pc e tentar dormir, embora a ansiosidade não deixe.
Quero que todos saibam que admiro muito vocês. Vocês que me apoiaram durante esses meses, que aturaram minha chatice e que contrinuiram para que o Coleginho tivesse algo novo. Vocês são únicos, simplesmente maravilhosos. Desde já fica registrado que pode surgir outra turma na Fanfarra do Coleginho, mas que essa, ficará sempre marcada pelo desafio de começar de novo, de provar que podemos ser mais a cada dia, que a música pode transformar cada um, e que juntos somos mais que qualquer outra fanfarra que existe nessa cidade. A prova? Bem, assistam ao desfile amanhã e veja. Tenho muito orgulho dessa equipe. Fico muito feliz por todos. Obrigado por me permitir essa experiência maravilhosa de ensinar um pouco de música e de acelerar o coração a cada apresentação nossa. O tempo vai passar, mas esses momentos vão ficar para sempre, nos álbuns, nos vídeos e principalmente nas lembranças, de um grupo de garotos que começou do nada numa quadra velha na escola e mostrou que era a melhor na avenida.

Um grande abraço a todos e bom desfile!